domingo, maio 27, 2007

A Escola

"São 1313 as escolas básicas do 1.º Ciclo que não deverão reabrir no início do próximo ano lectivo. O JN teve acesso ao relatório produzido pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE), que sinalizou 614 estabelecimentos para fecharem só na Região Centro. Pelo país multiplicam-se os concelhos que ficarão apenas com uma, duas e três escolas - sempre no Interior. No Alentejo, aumentam os municípios que só ficam com as integradas a funcionar – caso de Barrancos e Gavião. As direcções regionais de educação alegam "não ter ordens" para se pronunciarem. O ministério mantém-se em silêncio. Os sindicatos revoltam-se contra o que consideram ser a "desertificação" do país.A Região Centro vai ser a mais penalizada - poderá perder quase 39% das suas escolas. Entre os concelhos com mais estabelecimentos sinalizados destacam-se o de Viseu (com 28), o da Guarda e Tondela (22), Coimbra, Seia, Leiria e Pombal (20) e Cantanhede (18). Perdas que para alguns concelhos poderão significar quase metade do seu parque escolar - caso da Guarda, 48, 8% - ou mais se em Seia encerrarem 20 escolas, a reorganização traduzir-se-á numa perda de 64,5% do parque escolar do concelho. Celorico da Beira tem 13 estabelecimentos sinalizados para fechar. A confirmar-se ficará com três, perdendo 81,2% da sua rede de ensino." - In Jornal de Noticias edição de 27 de Maio de 2007

Construídas no apogeu do Estado Novo, e com um desenho em todo semelhante, e uma das imagens de marca do Ministro das Obras Públicas de então Duarte Pacheco.
As escolas das aldeias eram um pólo de dinamismo vivo, e aprendizagem dos meios mais rurais, propaganda do Estado Novo à parte nestas escolas muitas crianças aprenderam a ler e a escrever, a tabuada e a brincar pelos recreios em volta da escola.
Muitas vezes estas escolas eram o único lugar onde muitas crianças folgavam dos duros trabalhos agrícolas que a família lhes empunha, em virtude da sociedade agrícola de então.
Com o crescimento da emigração, dos meios rurais para os meios urbanos e para o estrangeiro, os recreios de outrora ricos em crianças, nos seus risos e brincadeiras começou a fazer – se ouvir cada vez menos….
Com a falta de atracção real ao investimento em muitos concelhos rurais e do interior do nosso país, a população jovem vai cada vez mais se afastando destas áreas e dirige – se cada vez mais para áreas geradoras de emprego e riqueza (Lisboa e Porto)
Por muitos quadros comunitários de apoio, que tem ajudado em algumas medidas o desenvolvimento do nosso país, é por demais urgente criar infra-estruturas empresariais de apoio real ao investimento em muitos destes concelhos
Estas tem de passar não por criar apenas parques industriais, dotado de infra – estruturas físicas mas também dotadas de capital humano dinâmico ambicioso e que vá de encontro às necessidades competitivas de mercado.
Não é fechando escolas e concentrando todas as crianças nas sedes de concelho que se vai resolver o problema do encerramento de escolas no interior de Portugal, em nome do chamado controlo do défice das contas públicas.
A solução prende – se com investimento na educação nomeadamente no ensino profissional, este sim é a meu ver a semente para dinamizar o investimento por parte da iniciativa privada nestas regiões.
Contudo e até lá mais uma empresa na Guarda despede 500 trabalhadores, e o que é que o estado faz? Preocupa – se em defender a Ota falando mal da margem Sul!

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