quinta-feira, dezembro 27, 2007

O mundo é lugar Injusto!


"A oposição paquistanesa anunciou, esta quinta-feira, que vai boicotar as eleições de 8 de Janeiro. O anúncio de Nawaz Sharif surge na sequência do assassínio da líder da oposição paquistanesa, Benazir Bhutto, esta quinta-feira, em Rawalpindi.
A morte de Bhutto, vítima de um ataque armado, é o mais recente incidente de uma longa série, ao fim de 60 anos de História do Paquistão independente. Em seis décadas, governadores-gerais, presidentes e chefes de Estado-maior demitiram dez Governos civis, que governaram durante 27 anos. Depois, os restantes 33 anos foram passados sob ditaduras militares.
Cenas de violência rebentaram, esta quinta-feira, no Paquistão, logo após ser conhecida a morte da dirigente da oposição. Apoiantes de Benazir Bhutto, revoltados com o atentado em Rawalpindi, saíram às ruas por todo o país para mostrar o descontentamento.
A morte da carismática líder da oposição lançou o caos na campanha para as eleições Legislativas de 8 de Janeiro, agora com destino incerto, e ameaça desencadear uma revolta em larga escala.
Após, oito anos de regime militar, o general Pervez Musharraf conduziu o Paquistão à casa de partida. Tal como antes, é um país dividido entre civis e militares por um lado, e entre forças liberais e religiosas por outro. Um sistema que nem é uma democracia, nem uma república teológica, nem uma ditadura militar. Um país onde os crimes políticos e a manipulação da lei e dos extremismos religiosos são os instrumentos fundamentais do Poder.
O exército é omnipresente na vida política paquistanesa e tem interesses nos assuntos de Defesa e Negócios Estrangeiros. Generais ocupam também posições civis e dirigem impérios industriais e bancários, além de empresas de construção, imobiliárias e desenvolvimento. Os Serviços Secretos são um poder autónomo, muitas vezes com uma agenda política própria e ligações aos radicais islâmicos.
O Paquistão nasceu em 1947, ao mesmo tempo que a Índia, e ao contrário desta, a sua História está marcada por uma sucessão de regimes ditatoriais que usam o extremismo religioso, as clivagens étnicas e tribais e a ajuda externa para manter as forças democráticas laicas ao largo. Ou, quando as forças democráticas laicas ganham poder, envolve-as numa teia de compromissos legais que asseguram o próprio fracasso.
Horas antes do assassínio de Benazir Bhutto, apoiantes do general Musharraf dispararam sobre um comício de Nawaz Sharif, o outro líder da oposição, a 15 quilómetros da capital Islamabad. Do tiroteio resultaram quatro mortos e vários feridos. "- In TVI on line.


Não existe palavras para descrever mais um atentado aos direitos mais elementares da pessoa humana, o direito de escolha, no livre arbitro do sufragio universal.

O que se passou hoje no Paquistão é a prova de que quem não aceita a diferença, e não respeita as opiniões de um povo martír como é o do Paquistão.

Mais uma vez o reflexo do apoio do Paquistão, aos EUA aquando do 11 de Setembro faz com que agora Musharraf e os seus comparsas tenham total carta branca para sacrificarem o seu povo da forma como lhes mais convém.

Ainda alguém se lembra das atorcidades cometidas pela Indonésia contra o povo de Timor, com o total fechar de olhos dos EUA.

Só espero que um dia a história lembre Benazir Bhuto da forma como esta merece, e que o mundo castigue quem atente contra a democracia, cada vez mais frágil com o total fechar de olhos por parte de grandes potências.

1 comentário:

Al Cardoso disse...

Tambem eu fiquei muito triste com mais este assassinio politico!!!

Para si um excelente 2008, que espero seja prospero para todos nos!